quinta-feira, 22 de março de 2012

Livros 2012 # 18



Confesso que tinha expectativas um pouco altas em relação a este livro. O facto de ter sido nomeado para a categoria de Melhor Livro do Ano pelo San Franciso Chronicle também contribuiu para esse ponto. De qualquer forma a história em si não é das mais elaboradas. Não há grandes surpresas. Acho é que a mestria da autora está no facto de nos ir contando as coisas gradualmente, sem revelar o que está implícito nas relações, o que nos permite imaginar vários cenários, arranjar um sem fim de explicações para o comportamento deste ou daquele personagem. Além disso, faz-nos querer avançar rapidamente na narrativa para confirmar as nossas suspeitas. Não é a autora que escreve, mas antes a nossa imaginação. Pelo menos no meu caso foi assim. Mas toda essa liberdade tem um preço. Inicialmente a minha ideia é que Matt seria um pai ausente, no verdadeiro sentido da palavra, que voltou por ter a mulher em coma e ter que cuidar das filhas. A forma como o personagem aparece tão distante da família, deu-me a sensação que ele não estava, de todo, presente até ao acidente que colocou a mulher em coma. Mas vim a confirmar que parti duma premissa errada.
O livro desenvolve-se com a história de Matt, a esposa, as duas filhas, Scottie e Alexandra, e o amigo de Alex, Sid.
A relação do casal não era a ideal, no entanto Matt ama a esposa e está disposto a muitos sacrifícios para lhe dar a felicidade plena. Quer que ela se sinta completa, mesmo que isso signifique uma humilhação para si próprio. Muitos chamariam a isto, simplesmente, amor. Mas Matt terá surpresas que não estaria decerto à espera. Além do drama que está a passar por ter a mulher em coma, Matt tem que tomar uma decisão importante, relativamente à herança dos seus antepassados e que, independentemente da sua decisão, representará uma mudança na vida de todos os envolvidos. Matt irá descobrir que a herança está ligada ao drama que vive de uma forma que não previa.
Socttie está a crescer e constantemente a testar os limites do pai. Paralelamente tenta lidar com o facto de ter a mãe em coma. A irmã, Alex, vem do colégio interno – para onde foi por ter andado a consumir drogas – para se despedir da mãe. Mas a relação de ambas não era fácil e caberá a Matt dissolver toda a raiva e mágoa que a adolescente carrega. Alex conta também com o apoio do seu amigo Sid, um adolescente com um humor muito característico.
A viagem que estes quatro personagens levam a cabo, acabará por uni-los e ajudá-los a olhar para o futuro de uma outra perspectiva. Também aqui achei que seria um outro género de viagem, o que não foi o caso. Tratasse de uma viagem de dois dias que se destina a encontrar uma pessoa. Não sei porquê mas quando li a sinopse fiquei com outra ideia.
De qualquer forma é uma leitura agradável e rápida. A autora tem sem dúvida uma escrita inteligente e perspicaz que explora as relações humanas e familiares de uma forma muito interessante.




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